Diretor:
Kevin Reynolds
País:
EUA
Idioma
original: inglês
Duração:
125 min.
Gênero:
romance
Sobre
o diretor:
Kevin Reynolds (1952) é um diretor, roteirista e
ator, norte-americano, conhecido por rodar longas-metragens inspirados em obras
literárias épicas, como é o caso de Robin
Hood, O Conde de Monte Cristo, Waterworld entre outros. O resultado de
seu trabalho como diretor de cinema, divide opiniões entre os críticos da
sétima arte, alguns consideram que o diretor Kevin Reynolds “está acostumado a
esconder-se atrás de conceituados tratados literários para dar a estas
obras-primas um resultado tímido e opaco” ou ainda que suas obras “ilustram
este caminho em que o discurso fala mais alto do que as imagens”, outros como o renomado produtor
Ridley Scott ao falar sobre o filme, do qual foi diretor executivo, “admite
sentir-se atraído pela natureza trágica da história de amor que, segundo ele, é
tão intensa que transcende qualquer cenário ou época.”
Filmografia :
Como diretor:
2006 - Tristan & Isolde (ou Tristan & Isolde)
2002 - The Count of Monte Cristo ( O conde de Monte Cristo)
1997 - One Eight Seven (O código / pt: Condenação à morte)
1995 - Waterworld (Waterworld – O segredo das águas / pt: Waterworld)
1994 - Rapa Nui (Rapa Nui - uma aventura no paraíso / pt: Rapa Nui)
1991 - Robin Hood: Prince of Thieves (Robin Hood - O príncipe dos ladrões)
1988 - The Beast (A fera da guerra / pt: A besta da guerra)
1985 - Fandango - ( Fandango)
1980 - Proof
Como roteirista
1994 - Rapa Nui (roteiro e história)
1985 - Fandango
1984 - Red Dawn (roteiro e história) (br / pt: Amanhecer violento)
1980 – Proof
2006 - Tristan & Isolde (ou Tristan & Isolde)
2002 - The Count of Monte Cristo ( O conde de Monte Cristo)
1997 - One Eight Seven (O código / pt: Condenação à morte)
1995 - Waterworld (Waterworld – O segredo das águas / pt: Waterworld)
1994 - Rapa Nui (Rapa Nui - uma aventura no paraíso / pt: Rapa Nui)
1991 - Robin Hood: Prince of Thieves (Robin Hood - O príncipe dos ladrões)
1988 - The Beast (A fera da guerra / pt: A besta da guerra)
1985 - Fandango - ( Fandango)
1980 - Proof
Como roteirista
1994 - Rapa Nui (roteiro e história)
1985 - Fandango
1984 - Red Dawn (roteiro e história) (br / pt: Amanhecer violento)
1980 – Proof
Sobre
a lenda medieval que inspirou o filme :
A Lenda de Tristão e Isolda é um mito típico do
imaginário medieval, supostamente de origem celta, foi difundido na Europa a
partir do século XII. A história trata do amor proibido entre dois jovens, que
se apaixonam à primeira vista após terem tomado uma poção mágica, oferecida por
engano pela dama de companhia de Isolda, e que estava destinada à jovem e ao
Rei Marcos da Cornualha, a quem sua mão estava prometida, a pedido do próprio
Tristão, sobrinho do Rei Marcos, após ter salvo das garras de um dragão, a vida
da filha do rei da Irlanda. Fortemente atraídos e sentindo um amor
irresistível, os jovens tornam-se amantes.
Tristão e Isolda são heróis emblemáticos da Idade
Média e sua lenda marcou profundamente o imaginário europeu. A imagem do casal
e do amor foram muito influenciadas por ela, mas também à ideia da fatalidade
da paixão associada ao adultério e, por fim, da relação entre o amor e a morte.
O mito oferece, melhor do que qualquer outro, a
imagem medieval da mulher, da vida conjugal, e de um sentimento que também é
revelado (talvez com maior intensidade) pelo casal Lancelot e Guinevére ,
e diz respeito ao valor afetivo que a Idade Média legou ao Ocidente: o amor
cortês.
Foi por meio de um conjunto de textos escritos em
versos, por Thomas entre 1170-1173 na Inglaterra , que se conheceu os primeiros
relatos dessa fascinante história, recriada desde então pelos mais diversos
autores, servindo de inspiração para a criação de poemas, peças de teatro,
óperas e filmes no séculos XX.
Curiosidade:
“Em
1854, o mito ganha uma nova vida, graças à música de Richard Wagner, que
elaborou o primeiro projeto de um Tristão e Isolda e, sob a influência de
Schopenhauer, acentuou o caráter trágico e pessimista do mito, escrevendo ele
mesmo, como de hábito, a letra e a música ao mesmo tempo. Ele terminas Tristão
e Isolda em 1859-1860, e a primeira representação acontece em 1865, no
Hoftheater de Munique, sob a direção de Hans von Bülow no momento em que Wagner
torna-se amante da mulher deste último, Cosima, filha de Liszt – da relação
deles nasce uma filha, à qual eles dão o nome de Isolda”.
Fonte: Jacques Le Goff – Heróis e maravilhas da Idade Média (p.277)
Fonte: Jacques Le Goff – Heróis e maravilhas da Idade Média (p.277)
O filme:
Após a queda do império romano, a Europa passa por
um período de intensas lutas entre povos rivais. Tristão (James Franco) é um
jovem bretão, que após ter todos os membros de sua família assassinados, é
adotado por seu tio, Lorde Mark (Rufus Sewell), que o cria juntamente com seu
filho natural, e o treina para ser um grande guerreiro. Ferido em combate o
jovem é considerado morto e seu corpo é lançado ao mar em um funeral viking. O
barco que levava Tristão, é resgatado por Isolda (Sophia Myles), e desse
encontro surge uma grande paixão, mas no período em que permanecem juntos, não
revelam seus verdadeiros nomes e Isolda, prometida em casamento a um dos
principais combatentes de seu pai, esconde que é filha do rei da Irlanda,
principal inimigo do Lorde Mark. Após a morte do pretenso noivo de Isolda, um
campeonato de lutas é estrategicamente organizado por Donnchadh, o rei
irlandês, onde promete como prêmio ao vencedor, a mão de sua filha em
casamento. O resultado do campeonato sela o destino dos jovens amantes.
Tristão, tentando a recompensar seu Tio pelos anos de dedicação à sua criação,
mesmo após a morte de sua esposa, ganha a mão de Isolda para que Lorde Mark
venha a desposá-la. É a partir desse cenário, envolvendo uma ardente história
de amor, traição e muitas batalhas, que a história do filme se desenvolve.
O filme explora perspectivas muito mais próximas da
realidade moderna e do clichê
hollywoodiano, do que do contexto da época em que a lenda medieval celta
da se originou. Há uma grandiosidade em torno das sangrentas batalhas, que
envolvem uma enorme concentração de soldados e força bélica de ambas as partes.
Uma forte parcialidade também é percebida ao retratar o nobre Bretão, Lorde
Marcos, como um homem sábio, virtuoso e diplomático, que governa sobre um povo
cortês, solidário e muito feliz, em detrimento da imagem grotesca e malvada dos
Irlandeses, cujo líder é retratado como inescrupuloso e sanguinário.
Muito embora a obra seja baseada em uma lenda
medieval, a reconstituição histórica, está longe de apontar para esta direção.
O diretor não valoriza a natureza contemplativa característica do período, e
sacrifica as cenas que tratam do conflito vivido pelos amantes em prol de uma
narrativa moderna e dinâmica, e sequências intermináveis de lutas.
Decisivamente, não se trata de um filme digno de ser relembrado e citado como
referência para se pensar o imaginário medieval, embora, com um pouco de
esforço e boa vontade, possamos encontrar elementos que tratam o amor como um
símbolo fatal que leva ao desvario, traição e morte, tal qual proposto pelo
mito original, talvez esse seja o único elo de ligação com a tragédia medieval
que inspirou tantas obras magníficas.
Por Flávia de
Freitas Souza
Aluna do curso
de História FAED – UDESC